No final de semana, o auditório do IFMT Campus Sorriso sediou o “Seminário sobre a inclusão da pessoa surda na educação: não é porque não ouvimos que não falamos por nós”. O seminário, de iniciativa do governo do estado de Mato Grosso, buscou ampliar a discussão sobre questões de acessibilidade na rede estadual de educação para pessoas surdas.
O evento contou com a presença de surdos e familiares de surdos, além de autoridades que representaram a Casa Civil de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Educação, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso.
O principal item do debate diz respeito à atuação de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na rede estadual. Conforme apresentado pelos participantes, o número de profissionais que assistem a pessoa surda durante as atividades educacionais precisa ser melhorado. No entanto, há escassez de profissionais certificados para a tarefa.
Em Sorriso há apenas dois intérpretes que atendem a certificação exigida para a assistência ao surdo em instituições educacionais: um desses profissionais é servidor do IFMT e o outro da Seduc/MT.
A expectativa é o número aumente a partir da criação de uma carreira mais atraente na rede estadual, acompanhada pela ampliação das oportunidades de formação de intérpretes, mas há gargalos a serem superados.
“Um desses gargalos é qual seria a atuação do profissional concursado quando não houverem mais alunos surdos matriculados na escola na qual ele trabalha”, comenta o mestre em educação Jáison Gonçalves Leite, que palestrou no evento.
Ao término do evento, as autoridades estaduais levaram consigo uma lista com sugestões para o texto de um Projeto de Lei que altera dispositivos da Lei Complementar nº 50/98.