Dois eventos científicos realizados no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) Campus Sorriso foram iniciados na quarta-feira (05) e terminam hoje (07): A 3ª Semana Acadêmica de Tecnologia em Gestão Ambiental e a 2ª Semana Acadêmica de Ciências Agrárias.
Envolvendo os cursos superiores de Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Produção de Grãos e Bacharelado em Engenharia Agronômica, a palestra de abertura foi um ponto comum nas duas Semanas Acadêmicas, e trouxe como tema "A Sustentabilidade na Agricultura em Sorriso". Na noite de quarta-feira, antes da palestra, foi realizada a solenidade de abertura das semanas acadêmicas. Na mesa de honra da cerimônia, ao lado dos gestores do IFMT e de autoridades locais, os acadêmicos de cada curso envolvido na organização do evento também foram representados.
Membro da comissão organizadora da 2ª Semana de Ciências Agrárias, o professor Laerte Gustavo Pivetta destaca a participação dos estudantes na organização do evento. Segundo ele, a Semana Acadêmica foi organizada por várias pessoas e teve o apoio importante de empresas que contribuíram para a realização do evento. Mas os acadêmicos participaram ativamente de todo o processo de organização. "Então é um evento organizado pelos acadêmicos para os acadêmicos”.
Pivetta lembra que os temas inclusos na programação de palestras fazem parte das disciplinas que compõem a formação regular dos estudantes nos cursos superiores do IFMT, mas que, ao trazer como palestrantes profissionais que já atuam no mercado, a Semana Acadêmica dá enfoque mais prático à aplicação desse conteúdo e “também serve como atualização para aqueles acadêmicos que já cursaram disciplinas contempladas nas palestras”.
Para o coordenador do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, prof. Lindomar Kinzler, a Semana Acadêmica do curso “é o momento adequado para os acadêmicos, junto com os palestrantes e a comunidade, participarem de uma discussão para, da melhor maneira possível, conseguirmos encontrar tecnologias e saídas sustentáveis tanto para a produção do agronegócio como para nossos hábitos do dia-a-dia".
Prestigiando a abertura das semanas acadêmicas, o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Tiago Stefanello, destaca a importância de instituições de ensino como o IFMT estarem alinhadas com a realidade dos arranjos produtivos locais. “A base da nossa região é agrícola. E a função do instituto é gerar conhecimento. Gerar conhecimento para nosso setor, para as ações do produtores, para transformar a nossa região numa região mais sustentável... mais autossuficiente, é importantíssimo. A base sai daqui, sai da educação.”
A Semana de Ciências Agrárias será concluída logo mais, com a realização de duas palestras no período da tarde desta sexta-feira (07). “Os impactos ambientais da biotecnologia” e “Sistemas de Alta Produção” são os temas das falas que têm início às 13h30.
Já a Semana Acadêmica de Tecnologia em Gestão Ambiental traz, como palestra de encerramento, o tema “Documentação para Licenciamento Ambiental”, que será ministrada pelo diretor do Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso, Juliano Mezzalira, com início previsto para as 20h de hoje.
Palestra de Abertura
A palestra “Sustentabilidade na agricultura em Sorriso” aconteceu no auditório do IFMT, e foi ministrada pela gerente de sustentabilidade da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) Marlene de Fátima Lima, que trouxe, em primeira mão, dados levantados pelo projeto Guardião das Águas sobre a preservação ambiental em Sorriso.
O projeto, que busca orientar e apoiar produtores rurais para a manutenção, preservação e restauro das nascentes em Mato Grosso, mapeou as nascentes presentes no município e os índices de preservação da mata ciliar. Os dados locais fazem parte de um levantamento que já atinge diversos municípios mato-grossenses.
Com base nessa e em outras pesquisas, a palestrante afirma: “a produção no estado de Mato Grosso é aliada a uma conservação”. Os estudos apresentados na palestra apontam preservação de 64% do território mato-grossense, se consideradas terras indígenas e unidades de conservação. Ainda, segundo Marlene, 34% das florestas do estado (incluindo reservas legais e áreas de preservação permanente) se encontram dentro de propriedades rurais.
