Na noite de da última segunda-feira (04/12), o IFMT Campus Sorriso apresentou, em seu auditório, o projeto de implantação do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS-IFMT/SRS), viabilizado por meio de parcerias institucionais entre o IFMT e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso (Sama), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Rodoviária Federal, o Corpo de Bombeiros Militar, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE/MT).
A apresentação aconteceu logo após uma palestra sobre “Tráfico de Animais Silvestres e Crime Ambiental”, conduzida pelo Dr. Egan Green, da universidade de Radford, no estado norte-americano da Virgínia. Green é especialista em criminologia ambiental. O pesquisador está em sua primeira viagem ao Brasil. Antes disso, o Dr. Green visitou Escócia e Inglaterra. O roteiro é relacionado a suas pesquisas voltadas ao tema da palestra. No Brasil, Mato Grosso é o segundo estado no itinerário do pesquisador, que há poucas semanas esteve em Tocantins.
O criminologista conta que pesquisa criminologia ambiental e rural há aproximadamente 20 anos, quando ainda cursava a graduação. Segundo ele, “uma das razões é porque quando a criminologia tende a olhar para o crime nas cidades de interior, essencialmente o que eles dizem é: nós sabemos muita coisa sobre crimes em cidades do interior, mas não sabemos muito sobre esse outro crime [crimes ambientais e rurais]”. Ele complementa que a escolha também se deve ao fato de que em toda sua vida acadêmica os professores o incentivaram a trabalhar aspectos da criminalidade que envolvessem a vida selvagem.
Para o diretor-geral do IFMT Campus Sorriso, prof. Claudir Von Dentz, “a palestra aconteceu em um momento no qual o IFMT apresentou um projeto inovador na nossa região, que irá favorecer a preservação da fauna e contribuir imensamente com a formação de profissionais, e que se tornou possível graças ao trabalho conjunto de diversas instituições. Ao trazer um especialista internacional cujo foco de estudos é justamente a inibição a crimes contra a fauna, mostramos mais uma vez o envolvimento da instituição com essa importante causa”.
SOBRE O CRAS
A unidade deverá ter 1,4 mil m², contemplando clíncia veterinária, área de quarentena, necrotério, alojamentos, biotério, cozinha veterinária, depósito de resíduos, refeitório e bloco administrativo. A construção do CRAS demandará um investimento de aproximadamente R$ 2,5 milhões de reais. O dinheiro está sendo viabilizado pelo MPE, com origem na iniciativa privada, e é consequência de ações que se referem a violações à legislação ambiental.
O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres deve receber, triar e destinar animais silvestres provenientes de apreensões em ações de fiscalização, entregas voluntárias ou resgate. As atividades que poderão ser realizadas no espaço são estipuladas pelo Ibama.
Está sendo construído um convênio entre as instituições envolvidas. Entre outras cláusulas, o texto inicial prevê que a SEMA fornecerá mobiliário e insumos para manter a estrutura do Centro de Reabilitação; ao IFMT caberá ceder a área necessária ao funcionamento do CRAS e desenvolver atividades de aprendizagem prática no espaço; o MPE providenciará a viabilização de recursos financeiros para a edificação das estruturas necessárias, por meio de Termos de Ajustamento de Conduta; e a Prefeitura assumirá a elaboração dos projetos técnicos e arquitetônicos, bem como a mão-de-obra necessária para a operacionalização do empreendimento.
