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Mesmo com aulas presenciais suspensas, IFMT Campus Sorriso avança com experimentos iniciados antes da pandemia: pesquisa sobre limão-taiti atinge ponto de colheita na Fazenda Experimental

Publicado por: Campus Sorriso / 22 de Maio de 2020 às 17:19

Com seu cultivo iniciado há pouco mais de 3 anos, o projeto do pomar de limão-taiti da Fazenda Experimental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) Campus Sorriso literalmente entregou à comunidade seus primeiros frutos nesta semana. Tomando todos os cuidados possíveis de prevenção contra a Covid-19, pesquisadores e acadêmicos da unidade de ensino federal realizaram, na última terça-feira (19), a primeira colheita do limão; contabilizaram os resultados; e encaminharam a produção para a doação a entidades assistenciais.

O pesquisador que coordena o projeto é o professor Dácio Olibone. Doutor em Agronomia, o docente do IFMT conta que o projeto é fruto da parceria entre Instituto Federal com a Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF), e a Embrapa Agrossilvipastoril (CPAMT), e desenvolvido pelos acadêmicos do curso de Bacharelado em Engenharia Agronômica do Campus Sorriso participantes do  grupo de pesquisa “Sistemas de Produção Agrícola no Cerrado”, liderado por ele, e ainda “serve como vitrine tecnológica para produtores da região vinculados ao Programa Frutifica Sorriso”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Sorriso e que tem o IFMT como parceiro.

“O objetivo deste trabalho é avaliar 11 porta-enxertos com a copa limeira ácida -Tahiti [CNPMF 02] quanto ao desempenho e à adaptação as condições edafoclimáticas de Sorriso. Os citros [ laranja, limão e tangerina] estão entre as frutas mais produzidas e consumidas no mundo, com grande importância econômica para o Brasil, que detém o título de maior produtor mundial. No estado do Mato Grosso, apesar de reunir condições ambientais favoráveis à citricultura, a área ocupada com citros ainda é pequena, e toda ela sob porta-enxerto de limão cravo”, explica Olibone.

A pesquisa desenvolvida pelo IFMT leva em conta a severidade com que a gomose dos citros – uma doença causada pelo fungo Phytophthora spp, atinge os pomares mato-grossenses, sendo esse um dos principais obstáculos para o avanço da citricultura no estado. No experimento foram adotadas diferentes estratégias para coibir o fungo, como o uso de porta-enxertos que apresentam resistência/tolerância à gomose, além de indução de plantas de pequeno porte, chamadas de ananicantes ou semiananicantes, que possibilitam o plantio de um número maior de árvores em espaço menor e com precocidade no início da produção.

O pomar cultivado pelo IFMT conta com 240 plantas, distribuídas em linhas espaçadas a cada 6,5m, com 3m entre plantas, plantadas em dezembro de 2016. No segundo semestre de 2018, tiveram início as avaliações semestrais sobre o desempenho do cultivo, como altura de planta, diâmetro do caule, e desenvolvimento da copa das árvores (diâmetro, área de projeção e volume).

"É importante destacar que manter um experimento como esses, com o manejo correto da área, é uma tarefa contínua e com critérios técnicos rigorosos. Nessa frente, o apoio da equipe do Núcleo de Produção da Fazenda Experimental foi essencial durante todo esse período, do plantio até a colheita. Fica aqui registrado nosso agradecimento a essa equipe e aos alunos, que também contribuíram”, complementa o coordenador da pesquisa.

Ele ainda detalha que os porta-enxertos definidos para compor o estudo foram: Limão Cravo; Limão Cravo Santa Cruz; Citrandarim Índio; Citromelo Swingle;  Citrandarim San Diego; Tangerina Sunki Tropical; Híbrido Sunki Comum x Swingle; Híbrido Volkameriano x Cravo; Híbrido Sunki Comum x (Cravo x Trifoliata); Híbrido Sunki Comum x Flying Dragon; Híbrido Poncirus trifoliata.

A primeira análise dos dados na colheita indica uma produtividade total de 760 kg. Os limões foram doados para os servidores terceirizados do Campus Sorriso e para instituições filantrópicas de Sorriso, como a APAE e Casa de Apoio Santa Maria. “Os resultados obtidos pelo grupo até o momento demostraram boa compatibilidade e desenvolvimento vegetativo de todas as combinações enxerto e porta-enxerto. Quanto à produtividade de frutos por planta e tamanho de frutos, destacaram-se os porta-enxertos com o limão cravo, o hídribo Sunki x Comum (Cravo x trifoliata) e o Limão Cravo Santa Cruz, resume Olibone.

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