A sexta edição do JIFMT acontece com forte presença de intercambistas. Só o campus Barra do Garças, anfitrião do evento, tem quatro estudantes oriundos de outros países que, ou participam na organização do evento, ou são atletas competidores.
A estudante Ping, como é chamada para facilitar a pronúncia de Kornkamol Srimuang, está no fim de um intercâmbio de 10 meses. Ela está na turma do 2º ano do curso de Controle Ambiental. Ping é da Tailândia e está se comunicando em português apesar de ter aprendido a falar a língua só depois de já estar em solo barra-garcense. Esta foi a primeira vez da jovem em outro continente. Antes de vir para o Brasil ela conta que já tinha viajado para países próximos, como Singapura e Malásia.
Ping integra a equipe de “Imprensa” nos JIFMT, ajudando a fotografar as diversas competições do evento. Ela conta que escolheu o Brasil porque “esse país é muito grande e cada cidade é diferente”. Sobre a experiência Ping sintetizou o que mais gostou: “o povo aqui é maravilhoso”. Ela também exaltou as belezas naturais da cidade.
Outro inter-cambista de Barra do Garças é Hiew Shun Web, que disputou tênis de mesa individual. Oriundo da Malásia, ele contou um pouco sobre suas experiências de intercâmbio: “a língua latina é bem difícil para mim, mas, eu me esforço para aprender mais rápido, se não vai ser como se eu estivesse aqui, porém, lá fora”. Outro aspecto que o estudante deu atenção foi à maneira informal de ser e agir do brasileiro. “Ouvir música alta, pra gente, é como se fosse mal educado”.
Além dos dois jovens asiáticos, o campus BGA tem mais duas estudantes intercambistas, Alice e Alexandra, ambas vindas da Itália. Alice integrou o grupo de dança da abertura dos JIFMT.
Giuliana Liga, ou Holy, é da Sicilia, sul da Itália e está há quase nove meses de um estágio de dez meses. Filiada à AFS Intercultural Programs, ela fala de forma positiva sobre as experiências que teve com a entidade que concede bolsas a partir do perfil socioeconômico de cada jovem e da família que a hospedou. “Apesar de ser caro, na Itália tem várias bolsas pra gente, graças ao trabalho voluntário de muitos. Aqui não tem muitas pessoas que viajam pra fora porque falta investimento”.
Holy falou emocionada sobre a experiência do intercâmbio: “Não tenho nem palavras para explicar o que sinto. Faz só oito meses e foi um processo grande de crescimento que poderia levar uns três ou quatro anos”.
O ano escolar da Itália, dividido em períodos, é diferente do ano escolar Brasileiro. E o curso técnico que ela faz lá, turismo, é bem diferente de agrimensura. “Apesar de ter chegado atrasado para escolher o curso, cada estudante da minha turma ficou numa sala do campus Cuiabá e isso foi muito bom para todos.”
A língua portuguesa não foi um problema para Holy por causa da origem latina de seu idioma e o português. A menina que declarou que “não existe nada mais bonito que viajar”, deixa um conselho para estudantes brasileiros interessados no assunto: “A língua não é uma barreia intransponível. Se você pegar a mala e for, tem que achar um jeito, vai achar”.
Cultura
Barra do Garças é uma mistura de cultura diversas. Aqui é possível ver estudantes de várias etnias indígenas em quase todas as escolas. Também é possível ser atendido no comércio por imigrantes de vários países da ásia, conhecidos como “os turcos”.
No JIFMT quem assistiu à abertura pôde ver o estudante do primeiro período do curso técnico em Secretariado, Edivaldo Xavante acender a pira olímpica, acompanhado do seu sobrinho e cunhado, também estudantes do campus.
Ele conta que a experiência de estudar no IFMT o inspira a querer atuar em eventos de sua comunidade. O estudante recebe uma bolsa da Assistência Estudantil que ajuda a custear parte do aluguel que paga para viver na cidade durante a semana para estudar. “Mostrar as pinturas durante a abertura foi muito bom para mostrar minha cultura, que ainda tem muita coisa para apresentar”.
A crença de que a cidade receberia discos voadores também é uma cultura particular de Barra do Garças. O único lugar do Brasil que tem um “discoporto” não poderia deixar de fora dos Jogos um ETleta. Este foi o nome dado ao mascote que foi uma atração à parte na abertura dos jogos.
O mascote foi concebido a partir de um concurso cultural promovido pelo campus Barra do Garças com os estudantes. A vencedora foi Natália Lima Frank. “ Para o concurso do desenho era pedido algo característico da região, então eu pensei no 'discoporto', que é nossa maior particularidade.”
(Texto e fotos: Telma Aguiar - jornalista do campus Confresa)