Tema polêmico, e cada vez mais recorrente nos noticiários brasileiros, a discussão sobre gênero e sexualidade divide opiniões nas rodas de conversa e nas mídias sociais. Nesse contexto, uma das pautas que se evidenciam é qual o papel das escolas em relação a essa realidade? Nas instituições públicas de ensino, a resposta já está dada por uma série de políticas, como o Plano Nacional de Políticas para os Mulheres, o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT: promover, dentro de sua atuação, o combate ao preconceito e às violências decorrentes dele.
Na última quarta-feira (01/11) o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) Campus Sorriso sediou a primeira etapa de uma formação sobre Gênero, Sexualidade e Educação. A formação é uma iniciativa da Comissão para estudos das temáticas de gênero, transgeneridades, feminismos e direitos civis da unidade de ensino sorrisense. A capacitação, voltada a professores e técnicos da instituição, é conduzida pelo psicólogo Danilo Flávio Stefani Neto, da Secretaria Municipal de Educação. Danilo é especialista em Gênero e Diversidade na Escola pela UFMT.
O conteúdo programático da formação aborda conteúdos como divergências culturais, identidade social, educação do corpo, policiamento da sexualidade e violência de gênero. Para o especialista, “não falar [sobre gênero] também é um posicionamento ideológico”. Segundo ele, o respeito à diversidade de gênero no ambiente escolar e a ampliação do diálogo sobre sexualidade são pontos que precisam ser melhorados nas instituições de ensino. “O jovem não se despe da sua sexualidade quando vai para a escola, então a escola precisa saber como lidar com esse assunto”, explica.
A formação aos servidores deve ter uma segunda etapa ainda em novembro. Para a assistente social Gheysa Maria Pereira Lima Eickhoff, essa capacitação é a primeira de uma série de ações que devem ser desenvolvidas sobre o tema no Campus Sorriso. “É uma questão que envolve toda a sociedade, e a escola tem esse compromisso de fortalecer as discussões visando o combate à violência, a construção de uma sociedade mais humana, igualitária, com equidade e sem racismo”, comenta ela.
